quarta-feira, 28 de abril de 2010

Saúde

Recife é a 2ª capital em hipertensão

Nada menos que 27,6% das pessoas entre 18 e mais de 65 anos se declararam portadoras de pressão alta, em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde


Recife é a segunda capital brasileira com maior proporção de adultos hipertensos. Nada menos que 27,6% das pessoas entre 18 e mais de 65 anos se disseram portadoras de pressão alta, diagnosticada por médico, em pesquisa realizada por telefone pelo Ministério da Saúde (MS) este ano. Rio de Janeiro, campeão, tem 28% de sua população hipertensa. A média brasileira é de 24,4%.

O estudo do Ministério da Saúde foi divulgado ontem, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão. Mostrou que nos últimos três anos a proporção de hipertensos cresceu 21% no País, em todas as faixas etárias estudadas. Palmas (TO), São Luís (MA), Manaus (AM) e Belém (PA) são as cidades com menor proporção de hipertensos: 14,9%, 18,5%, 18,6% e 18,8%, respectivamente.

Na ocasião, foi lançada campanha para conter o avanço da doença. A ação quer estimular o brasileiro a manter a pressão arterial em 12 por oito. A doença causa AVC, infarto e está no grupo das que mais matam a população adulta.

O estudo mostrou que há maior proporção de mulheres hipertensas do que homens e que pessoas com menor escolaridade têm mais pressão alta do que os grupos com mais instrução. Outra pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que a alimentação inadequada e a falta de atividade física são hábitos que começam cedo. Estão presentes na adolescência.

A campanha, realizada em parceria com as sociedades brasileiras de Cardiologia, de Hipertensão e de Nefrologia, representa investimento de R$ 1,5 milhão. As mensagens a serem divulgadas em cartazes, rádio e TV enfatizam a responsabilidade das pessoas com o controle da pressão, incentivando redução de sal e gordura na comida, consumo de frutas e hortaliças, mais exercícios físicos regulares.

O secretário executivo de Saúde do Recife, Tiago Feitosa, avalia que a capital teve realidade semelhante a de outros grandes centros. Para diminuir a incidência da doença, lembra que a rede municipal conta desde o início da década com o programa Academia da Cidade, que estimula a prática de atividades físicas. No próximo dia 10, será lançado novo projeto para estímulo a hábitos saudáveis. “Também estamos tratando os hipertensos com enalapril, que requer menos tomadas ao dia”, informou.

Em Olinda, cidade vizinha, a Secretaria Municipal de Saúde lançou ontem projeto-piloto no Varadouro, para entrega domiciliar de medicamentos contra pressão alta. “Vai ser muito bom”, comemorou a aposentada Maria das Dores Tavares, 66 anos, hipertensa há mais de dez.

O cardiologista Hilton Chaves Jr., do serviço de controle da hipertensão do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, avalia que o MS tem que fazer estudos mais precisos sobre a doença. Também lembra que a campanha deveria recomendar pressão abaixo de 14 por nove (medida da pressão alta), que o arsenal terapêutico do SUS precisa ser atualizado e com embalagens de mais fácil leitura.


Ministro diz que sexo é remédio contra a doença

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, aconselhou ontem a prática de sexo como forma de combater a hipertensão. A doença, que avançou no País, está associada a fatores genéticos, hábitos alimentares, obesidade e estresse.

“Fazer sexo ajuda”, sentenciou o ministro. “As pessoas têm que se mexer. A pelada do final de semana não deve ser a única atividade. Os adultos devem praticar exercícios, caminhar, dançar, fazer sexo seguro”, repetiu.

As declarações foram dadas durante o lançamento da campanha de prevenção da doença. Para Temporão, o sexo é ideal para combate ao estresse. “Acho que cinco vezes por semana está bom”, disse.

O secretário executivo de Saúde do Recife, Tiago Feitosa, concorda que “tudo para diminuir o estresse tem impacto”. Para ele, a pesquisa mostra índices de hipertensos muito próximos nos principais centros urbanos, sinal de que a vida agitada, com menos tempo para refeição completa e saudável, poucas relações sociais, lazer e atividade física, ajuda a subir a pressão.

O cardiologista pernambucano Hilton Chaves Jr., autor da proposta de criação de uma data nacional de combate à doença e estudioso do tema há mais de 20 anos, desconhece qualquer estudo comprovando o efeito benéfico da prática sexual na prevenção da pressão alta. “Nunca vi pesquisa indicando que quem fez mais sexo teve menos AVC, infarto ou insuficiência renal”, argumentou.

Para Chaves Jr., Temporão fez graça, sugerindo o sexo como mais uma atividade física. “Talvez tenha sido infeliz na sua colocação. Eu teria receio em dizer isso, fazer gracejo na hora de falar de coisa séria”, comentou.

O Dia Nacional de Combate à Hipertensão foi criado pela Lei Federal 10.539 de 2002. Hilton Chaves sugeriu a criação da data quando era diretor do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ele avalia que já existe conscientização dos profissionais de saúde e da população sobre a doença e a necessidade de aferir regularmente a pressão.


Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Jornal do Commercio.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Caminhar e menor risco de AVC

By AREA DE TREINO, on April 13th, 2010
Agência FAPESP 
 Mulheres que caminham pelo menos duas horas por semana ou que costumam andar rapidamente (5 km/h ou mais) têm risco significativamente menor de desenvolver um acidente vascular cerebral (AVC) do que as que não costumam praticar atividade física.
A afirmação é de um estudo feito nos Estados Unidos e que será publicado em breve na revista Stroke, da American Heart Association. De acordo com a pesquisa, os riscos foram menores para AVC em geral e em suas formas isquêmica e hemorrágica.
As mulheres que caminharam em passos acelerados apresentaram risco 37% menor de qualquer tipo de AVC. As que andaram mais de duas horas por semana tiveram risco 30% menor, ambas em comparação com mulheres sedentárias.
No caso de AVC hemorrágico, os riscos foram 68% menor para as que caminharam vigorosamente e 57% menor para as que andaram pelo menos duas horas por semana.
“A atividade física é um comportamento importante para a prevenção de AVC. Trata-se de um hábito essencial para promover a saúde e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Caminhar é apenas uma forma de atividade física”, disse Jacob Sattelmair, da Faculdade de Saúde Pública Harvard, principal autor do estudo.
“Embora a relação exata entre diversos tipos de atividade física e diferentes subtipos de acidente vascular cerebral permaneça desconhecida, os resultados desse estudo específico indicam que caminhar, em particular, está associado com o menor risco de AVC”, afirmou o pesquisador.
Os autores do estudo acompanharam 39.315 mulheres, com idade média de 54 anos, que participaram de um levantamento nacional sobre saúde feminina. A cada dois ou três anos, as participantes descreveram as atividades físicas conduzidas em horas de lazer no ano anterior.
As atividades envolviam caminhar, correr, andar de bicicleta, fazer exercícios aeróbicos e praticar esportes. Atividades ocupacionais, domésticas ou comportamentos sedentários não foram considerados.
Os ritmos de caminhada foram divididos em nenhum, casual (cerca de 3,2 km/h), normal (4,6 km/h), acelerado (6,2 km/h) e muito acelerado (acima de 6,4 km/h). Nos quase 12 anos em que foram acompanhadas, 579 mulheres tiveram um AVC (473 isquêmicos, 102 hemorrágicos e quatro não identificados).
“O acidente vascular cerebral é a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos e uma das principais causas de incapacidade. Por conta disso, é muito importante identificar fatores capazes de modificar riscos”, disse Sattelmair.
Segundo o pesquisador, os resultados não se estendem aos homens. “A relação entre caminhar e menor risco de AVC ainda é inconsistente entre homens”, disse.O artigo Physical activity and risk of stroke in women (10.1161/strokeaha.110.584300), de Jacob R. Sattelmair e outros, pode ser lido em http://stroke.ahajournals.org.
Fonte: www.agencia.fapesp.br - Divulgação Científica