quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Treinamento funcional: você é o que você treina

Por Luciano Delia
Pela minha experiência como pioneiro do treinamento funcional no Brasil, nada substitui esforço e dedicação para se atingir um objetivo especifico. É o método que atletas como Kelly Slater, Laird Hamilton, Michael Schumacher, Maria Sharapova e a seleção a alemã de futebol utilizam para atingir os seus objetivos de performance é o treinamento funcional.
Mas o que é treinamento funcional? O nome “treinamento funcional” pretende ser auto-explicativo. Traduzido do original em inglês, esse conceito de preparação física tem por objetivo estar conectado à funcionalidade dos movimentos ou atividades. Tem a ver, como o nome diz, com função. Regido pelos princípios básicos do treinamento esportivo, que seriam os da especificidade ( relaciona o treinamento com a atividade física desempenhada), da progressão (todos podem encarar essa preparação e evoluir dentre dela), da variação (os estímulos devem ser variados ao longo de todo o processo de treino) e da transferência (tudo o que se faz no ambiente de treino deve ser desenhado para resultar em algo tangível na vida real), o treinamento funcional é uma abordagem diferente para se pensar o desenvolvimento motor e o condicionamento físico do indivíduo. Ou seja, o treinamento funcional possibilita uma preparação para execução de movimentos eficientes (aumento de performance) e a prevenção de lesões.
Apesar dos estímulos altamente específicos para cada atividade, o verdadeiro treinamento funcional é global, porque nos seus programas desenvolvem-se de forma equilibrada todas as capacidades físicas: equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e resistência.
Todo indivíduo possui características ímpares, e as demanda de sua atividade específica determinam efetivamente qual será a relação ideal entre todas as capacidades físicas; sob o prisma do treinamento funcional, um individuo bem condicionado é tão forte quanto rápido, tão flexível quanto coordenado e tão resistente quanto equilibrado. O processo de pleno desenvolvimento de suas capacidades físicas e mentais é o que realmente importa, seja para o atleta de alto nível, seja pra o praticante que busca, por meio da pratica de atividade física, uma melhor qualidade de vida. O treinamento funcional prega, pela prática regular desses estímulos, uma quebra de paradigmas em relação ao que qualquer indivíduo deve fazer para se condicionar. Pensando em treinar movimentos, e não somente músculos, é oferecida a possibilidade de um ambiente de treino cada vez mais dinâmico, no qual novas experiências físicas são possíveis a cada treino, e um corpo que fica mais inteligente ao se submeter a esse processo.
Na prática,os elementos que constroem um programa de treinamento funcional vão muito além de exercícios diferentes ou criativos; passa-se necessariamente por uma avaliação criteriosa das necessidades do individuo, para, somente a partir daí, determinar o que seria ou não treinamento funcional para ele. A princípio, nenhum exercício carrega consigo características  necessárias para ser rotulado de funcional ou não funcional; isso só seria possível sabendo-se para quem e para o que ele se presta, e em qual momento do processo de treino ele está sendo aplicado.
O grande desafio de qualquer profissional que trabalha com movimento é se apropriar desse conceito de forma a usar tudo o que ele pode trazer de positivo aos seu atletas e clientes,mas usando para isso uma metodologia criteriosa e segura, de acordo com a qual não existe espaço para o diferente pelo diferente, mas sim para que tudo seja conectado e criado com o objetivo claro de promover resultado em relação à produção de uma efetiva transformação na forma como o indivíduo de movimenta e de realizar bem as tarefas que são exigidas dele no ambiente em que esta inserido.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

29 Motivos para fazer exercícios físicos


Fonte: escolapsicologia.com
15-09-2010, em Saúde E Bem-Estar, por Miguel Lucas


Atualmente, a atividade física é uma questão de saúde pública. Os benefícios inerentes à prática da actividade física são amplamente reconhecidos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a actividade física reduz o risco de morte prematura por doenças cardiovasculares, diabetes do tipo II e cancro do cólon, reduz ainda a depressão e a ansiedade, ajuda a controlar o peso corporal, a reduzir a hipertensão arterial, a manter a saúde e o bom funcionamento do sistema músculo-esquelético, a melhorar a mobilidade e a promover o bem-estar psicológico.
Poderemos começar a falar dos benefícios da actividade física utilizando uma visão retrospectiva de alguém idoso que já tarde (uma vida inteira) percebeu aquilo que hoje vos transmito:
“Se eu soubesse que iria viver tanto tempo,…teria cuidado melhor de mim.”
Idoso anónimo
Felizmente os avanços da medicina permitem-nos viver mais anos. Mas aquilo que importa perceber é em que estado iremos viver. Já perguntou a si próprio como é que acha que irá ser o seu estado de saúde na velhice? O que é que pretende fazer para poder ter uma boa qualidade de vida depois dos 60 anos, ou mesmo até antes? E se existisse um comprimido “milagroso” que tomado todos os dias, permitisse diminuir em 20% a probabilidade de vir a contrair cancro, em 30% a probabilidade de ter uma doença cardíaca, em 50% a probabilidade de vir a ter diabetes, e que o ajuda-se a viver mais e com melhor saúde à medida que vai envelhecendo?

Quanto é que você estaria disposto a pagar por isso?

Iríamos insistir com os nossos filhos, pais, familiares, amigos, para o tomarem? É sobre a importância desse comprimido “milagroso” que vamos falar. Esta bênção infelizmente não é utilizada por todos, pois tem uma contrapartida. Precisa da força de vontade para ser ativado e assim libertar e exercer as suas qualidades promotoras da saúde. Apresento:
A Atividade Física

O RESULTADO DA EVOLUÇÃO

O nosso corpo evolui ao longo dos milhares de anos, aquilo que somos hoje desenvolveu-se baseado no esforço, nas dificuldades, na privação, na dureza do clima. Os órgãos foram-se constituindo e desenvolvendo, preparados para o esforço. A vida dependia muito mais da força muscular que nos dias de hoje, todas as estruturas internas que nos constituem, necessitam de um determinado grau de esforço para estabelecerem o equilíbrio homeostático, só assim funcionarão bem e de forma saudável.
Utilizamos muito menos as funções adaptativas do que os nossos antepassados. Sobretudo nos últimos 50 anos, habituámo-nos ao meio, por mecanismos criados pela inteligência e não pelos mecanismos fisiológicos. O esforço muscular não foi completamente eliminado mas tornou-se muito menos frequente. Suprimindo o esforço muscular da vida quotidiana, suprimimos também, sem o sabermos, o constante exercício a que se entregavam os órgãos internos para manter o equilíbrio. Como é sabido, os músculos consomem açúcar e oxigénio, produzem calor, e libertam ácido láctico para o sangue em circulação. Para se adaptar a estas mudanças, o organismo é obrigado a pôr em acção o coração, o aparelho respiratório, o fígado, o pâncreas, os rins, as glândulas sudoríferas, o sistema cérebro-espinal e o sistema nervoso simpático.
Partindo do principio da evolução: O que não se usa atrofia
Em suma, é provável que os exercícios do dia a dia ou mesmo os de baixa intensidade, não sejam, o equivalente à actividade muscular contínua que os nossos antepassados exerciam. Hoje o esforço físico dispendido é drasticamente menor, e isto torna-se prejudicial para nós!
A actividade de todos os sistemas do corpo exercem uma poderosa influência no desenvolvimento saudável do indivíduo. Sabemos que o funcionamento, em vez de gastar as estruturas anatómicas, as torna mais resistentes. Assim a utilização das actividades orgânicas e mentais é o meio mais seguro de melhorar a qualidade dos tecidos e consequentemente da vida.
No entanto a actividade tem mais benefícios, quando existe uma prática de exercício físico programado e regular com intensidades que mobilizem a capacidade de adaptação do organismo.
Tomando o conceito de saúde como um estado positivo, e não mera ausência de doença, tal como preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), é necessário promover comportamentos de saúde (neste caso específico a promoção de exercício físico), tendo em conta as diferentes idades, aspectos culturais e educativos.

EXERCÍCIO FÍSICO E SAÚDE

Um estilo de vida activo, incluindo uma prática regular de exercício físico, como tem sido insistentemente sublinhado, permite melhorar a qualidade de vida dos indivíduos de várias formas, sendo frequentemente salientados benefícios físicos e psicológicos associados à prática de exercício físico:
  • Na manutenção ou desenvolvimento das estruturas ósseas e musculares
  • Na prevenção ou redução da tensão arterial
  • Aumento da capacidade de resposta do organismo para combater o estresse
  • Alívio da tensão muscular
  • Redução da dor
  • Melhor percepção de bem-estar
  • Uma maior percepção de eficácia e controlo pessoal
  • Período de actividade que possibilita um tempo de afastamento e distracção face aos problemas do quotidiano
O exercício físico reduz o risco de morte prematura por doenças cardiovasculares, diabetes do tipo II e câncer do cólon, reduz ainda a depressão e a ansiedade, ajuda a controlar o peso corporal, a reduzir a hipertensão arterial, a manter a saúde e bom funcionamento do sistema músculo-esquelético e melhorar a mobilidade. No entanto, apesar das evidências, os estudos sugerem que a percentagem de praticantes é muito reduzida. Os inquéritos de saúde (OMS) realizados no mundo são notavelmente semelhantes: a percentagem de adultos sedentários ou quase sedentários flutua de 60% a 85%. A cultura atual leva milhões de pessoas a um ponto em que é urgente a implementação de medidas eficazes para promover a actividade física e melhorar a saúde.
O exercício físico pode prevenir:
  • Osteoporose
  • Diabetes
  • Hipertensão
  • Enfarte
O exercício físico melhora:
  • Capacidade de se cuidar
  • Auto-estima
  • Capacidade funcional
  • Postura
  • Imunidade às infecções
  • Padrões do sono
  • Recuperação de doença e cirurgias
  • Desempenho fisiológico
O exercício Físico reduz:
  • Dor
  • Obesidade
  • Fadiga
  • Incontinência
  • Necessidade de alguns medicamentos
  • solidão
A falta de exercício pode contribuir para:
  • Problemas cardíacos
  • Asma
  • Múltiplas incapacidades
  • Angina de peito
A incapacidade poderá causar algumas complicações como:
  • Trombose venosa profunda
  • Edemas
  • Constipação
  • Depressão e ansiedade
  • Dependência
  • Quedas e lesões
  • Má circulação

Benefícios para o coração

Melhora o funcionamento do coração (para um mesmo esforço, o trabalho cardíaco passa a ser menor).
Aumenta a resistência aos esforços físicos e ao estresse. Reduz doenças cardíacas (angina, enfarto, arritmias, insuficiência etc). Aumenta a sobrevida até mesmo nas pessoas que já tiveram um enfarto. Estimula uma melhor vascularização (aumento da irrigação de sangue para o próprio coração), o que garante melhor funcionamento do órgão. Reduz fatores de risco para artérias coronárias – como pressão arterial e colesterol.

Benefícios para a Depressão

A atividade física ajuda as pessoas a se sentirem melhor, com reflexo na melhoria do humor e estado reduzido de traço de ansiedade. Também pode ajudar as pessoas a sentirem-se melhor acerca de si mesmo através da melhoria da auto-percepções corporais, e pode melhorar a auto-estima, especialmente naqueles com baixa auto-estima.

Benefícios para as costas

Uma variedade de exercícios de resistência que não provoquem demasiado estresse na parte inferior das costas pode aliviar a dor lombar. Atividades gerais de lazer são recomendadas para pessoas com dor lombar.

Melhoria da capacidade pulmonar

A atividade física aumenta a rede de pequenos vasos que irrigam os alvéolos pulmonares (estruturas de troca de gases), melhorando o aproveitamento de oxigénio pelos pulmões. Desse modo, a respiração fica mais eficiente.

O QUE É A BOA FORMA?

Não é necessário ser um atleta de alta competição, não é necessário ser um exímio levantador de pesos, nem tão pouco treinar horas a fio ou ser muito musculoso ou fazer proezas físicas.
A boa forma é: O estado que permite a pessoa melhorar e manter a capacidade de resistir e tolerar as exigências internas e externas, sem prejuízo físico e psicológico. Ou seja, é ter um corpo funcional.
Recomendações sumárias para a atividade física, saúde e bem-estar
A atividade física deve:
  • envolver vários grupos musculares
  • ser praticado com regularidade e se possível diariamente
  • aumentar a sobrecarga progressivamente
Na prática, um exercício ritmado com intensidade significativa, tal como caminhadas de 20-30 minutos, poderá preencher os requisitos descritos.

Para se retirar o máximo beneficio, a atividade física deve:

  • incluir alguns períodos de atividade física intensa
  • incluir uma vasta gama de exercícios aeróbios e anaeróbios
  • exercitar grande parte dos músculos do tronco e membros inferiores
  • ser mantido ao longo da vida

Dicas para quem pretende iniciar a prática de exercício físico:

  • Frequência – 3 a 5 vezes por semana com 1 ou 2 dias de descanso para recuperação
  • Intensidade – fraca a moderada, inicie com ritmos fracos e construa a sua resistência sobre um período de tempo prolongado (mais de 2 meses)
  • Um programa de treino para ter sucesso deverá ser individualizado
  • Um só programa não funciona para todas as pessoas

Atividade Aeróbia

Sabe-se que uma actividade aeróbia com duração entre 20 a 30 minutos, surte em ganhos significativos ao nível da saúde e bem-estar, no entanto dever-se-á levar em consideração os conceitos de:
  • Duração
  • Intensidade
  • Frequência
  • Tipo de atividade
  • Tipo de supervisão
A prática de atividade física pontual e não organizado não surte o mesmo efeito que os benefícios gerados por uma exercício mais vigoroso, regular e programado, mais particularmente na libertação de endorfinas. A maior parte das pessoas necessita de alguns meses de prática regular, para atingir os níveis de frequência, intensidade e duração adequados que permitam mudanças positivas significativas.

PRECAUÇÕES PARA UM COMEÇO SAUDÁVEL:

Para evitar dores e lesões, você deverá programar um aumento na atividade física devagar e gradual até o valor desejado para dar ao corpo tempo para se adaptar. Pessoas com problemas de saúde crônicos, tais como doenças cardíacas, diabetes ou obesidade, ou os que estão em alto risco para estes problemas devem consultar um médico antes de iniciar um programa de actividade física. Além disso, homens com mais de 40 anos de idade e mulheres acima de 50 anos que pretendem iniciar um programa de nova atividade física vigorosa deve previamente consultar um médico para ter certeza que não têm doença cardíaca ou outros problemas de saúde.
Numa perspectiva de educação para a saúde, considerando a prática de atividades físicas um comportamento de saúde num paralelo com outros comportamentos de saúde (cuidados de saúde primários, alimentação, prevenção de consumos, prevenção de comportamentos sexuais de risco), a eficácia na modificação de comportamentos no sentido da adopção de um estilo de vida ativo que inclua a prática de exercícios físicos passa por um diverso conjunto de estratégias (tais como: compreender a história do comportamento visado; identificar determinantes sociais, situacionais, cognitivas e emocionais; mudança de comportamentos, entre outros). Quando nos referimos a estudos sobre a adoção de estilos de vida ativos, consideramos, por um lado, os efeitos da atividade física sobre o estado físico e mental dos indivíduos, isto é, a atividade física como fenômeno cujos efeitos pretendemos avaliar, medir e comparar.
Pretende-se desta forma alertar a comunidade para a necessidade de promover a prática de atividades físicas, face aos benefícios comprovados.
Os benefícios da prática da atividade física ultrapassam grandemente os seus riscos. No entanto, em determinadas condições, pouco frequentes, a atividade física pode ter consequências negativas. Seja por sentimentos de natureza psicológica oriundos do insucesso em aderir a um programa regular ou por prática excessiva da atividade física podendo originar um estado de “dependência do exercício”, ou ainda for exercícios inadequados ao objetivo pretendido.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ao menos 28% dos brasileiros convivem com dor crônica

A dor crônica atormenta pelo menos 28% da população brasileira, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor.

Falta de tratamento correto e automedicação são os principais fatores que podem transformar uma dor passageira em crônica. De acordo com especialistas, o que caracteriza a doença é a formação de uma memória da dor.

"É como se o cérebro se acostumasse com a sensação e a reproduzisse ao menor estímulo", explica o reumatologista Jamil Natour, professor da Unifesp.

Quer dizer que a doença pode ter sido curada e, ainda assim, o paciente continuar com o sintoma. "A dor passa a ser a doença", diz Natour.

Mesmo sintomas aparentemente fracos podem desencadear a consolidação da memória cerebral. "Quanto mais tempo a pessoa sente dor, mais difícil será de fazer com que ela pare", afirma a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.

GENÉTICA

Para Natour, o diagnóstico é dificultado pelo fato de a sociedade considerar a dor como algo comum. "Não é normal. As pessoas perdem a chance de tratar a doença quando ela ainda é aguda."

Há várias pesquisas que buscam associar a sensibilidade à dor com a genética. Um estudo publicado na "Genome Research" identificou um gene relacionado à dor por lesão nervosa, como uma cirurgia ou trauma.

Os pesquisadores fizeram testes em ratos e depois analisaram pacientes de câncer de mama que sofriam de dor um ano e meio após a remoção parcial ou total do seio. Comprovou-se que a presença do gene CACNG2 está associada aos sintomas.

"Não temos uma estimativa precisa, mas provavelmente cerca de 20% da população tem esse gene", afirma o professor Marshall Devor, um dos coordenadores do trabalho, em entrevista à Folha.

Não há evidência de que o mesmo gene esteja associado a outros tipos de dor. "Alguns cientistas acreditam que a fibromialgia e talvez até a enxaqueca podem ter origens neuropáticas. Isso pode ajudar na prevenção ou na criação de novas drogas."

CAUSAS 


Segundo Minson, as maiores causas da dor crônica são fibromialgia, dores musculares, pélvicas e lombares. Algumas doenças são muito mais comuns em mulheres. Para cada nove mulheres com fibromialgia, há apenas um homem. A proporção de enxaqueca é de três para um.A dor crônica atormenta pelo menos 28% da população brasileira, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor.

Falta de tratamento correto e automedicação são os principais fatores que podem transformar uma dor passageira em crônica. De acordo com especialistas, o que caracteriza a doença é a formação de uma memória da dor.

"É como se o cérebro se acostumasse com a sensação e a reproduzisse ao menor estímulo", explica o reumatologista Jamil Natour, professor da Unifesp.

Quer dizer que a doença pode ter sido curada e, ainda assim, o paciente continuar com o sintoma. "A dor passa a ser a doença", diz Natour.

Mesmo sintomas aparentemente fracos podem desencadear a consolidação da memória cerebral. "Quanto mais tempo a pessoa sente dor, mais difícil será de fazer com que ela pare", afirma a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.


por JULIANA VINES
Fonte: Folha.com

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que a mente pensa o coração sente!

Como as emoções e o estresse atuam no coração.
foto:scientificamerican.comA passagem do mundo antigo para o mundo moderno fez com que o estilo de vida, o físico, o psicológico e os valores para a construção da personalidade do indivíduo tomassem outro rumo. Juntamente com tais mudanças, as doenças que acometiam a população também seguiram outro caminho, passando de doenças infecto contagiosas para doenças crônico-degenerativas, citando as doenças coronarianas como principal causa  de  mortes na atualidade.
Para definir a saúde, temos que levar em consideração o comportamento em saúde, como ele é gerado e motivado para atender a proteção e a consciência do ser humano.
Esse comportamento também não se deve a aspectos culturais? Como é de conhecimento da população brasileira, o Brasil possui mínimas manifestações de prevenção às doenças crônico-degenerativas, todas as formas de luta estão como atuar diretamente na doença já instalada, comprovando assim a briga do doente em ser atendido em centros hospitalares com recursos escassos ou até mesmo bons, porém insuficientes para a sociedade como um todo. Nesse contexto, a saúde é muito discutida pelo seu real significado: “a saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de distúrbios ou doença” OMS, 1976 apud Contini (2001:19).
“vai-se além da ingênua visão de ausência da doença e da irrealista compreensão de completo bem-estar físico , psíquico e social, anodicamente atemporal e impessoal, para reconhecer a existência de adversidades nesses âmbitos e compreender que conquistar saúde consiste em buscar e atingir seu domínio em processo ativo e cumulativo. Outra idéia expressiva a ser pontuada no conceito reside na expressão ‘das pessoas’, a superar o plano individual e explicitar a conotação de coletivo”. Medina & Gonçalves. (1997: 151)
O comportamento em saúde é algo motivado pelo desejo de sentir-se seguro de ameaças das quais poderão instalar-se em seu organismo primeiramente, em seguida pela consciência das necessidades de fazer (HOCHBAUM apud MARCON, 1990, p. 31).
Para que a vida consiga enquadrar-se em uma qualidade de vida adquirida e vivenciada de acordo com a satisfação humana, não podemos deixar acontecer o mesmo que a dicotomia perante o corpo e mente, no sentido do psicológico referente ao social, afetivo, profissional e saúde (LIPP & ROCHA, 1996). Com tantos fatores que interferem na qualidade de vida do mundo atual, fez também com que a população passasse a sofrer mais hoje em dia com doenças crônico degenerativas como foi dito anteriormente, tudo isso devido ao nível de estresse significativo perante a cobrança do indivíduo em ser bem sucedido na sociedade que lhe impõe parâmetros para ser considerado um cidadão normal.
A busca continua pelas próprias realizações e progressos na vida financeira, faz com que a sociedade, ainda imatura, não consiga articular com a variável final desse processo que é o estresse. Considerando o rumo da humanidade nesse sentido, tende-se somente a aumentar e contemplar mais indivíduos, conduzindo a doenças psicofisiológicas e crônico-degenerativas, muitas vezes devido a hipersensibilidade do sistema límbico, produção excessiva de catecolaminas, testosterona, cortisol, estresse oxidativo e glucagon (RONSEIN et al, 2004).
O  equilíbrio dinâmico das nossas ações para com o organismo é que rege a nossa vida, sendo modificado constantemente. Ele deve existir devido à essas forcas que alteram a homeostase do organismo, força tal que a conhecemos como estresse,  fazendo com que o organismo combata tais modificações e se fortaleça quando possível sobre elas.
As características modernas conduzem o ser humano ao seu externo, tudo voltado à exposição do que possui, onde vive, onde trabalha,  seu físico escultural, entre outros. A modernidade atual tem esse contato com formas extra- indivíduo, deixando a mercê muitas vezes a saúde física e mental. Mais do que nunca entramos numa era em que o tempo não pode ser perdido somente no ambiente para a construção do dinheiro, sendo ele  prioridade o individuo terá que investir grande parte do adquirido para cuidar de sua saúde, necessariamente, “tempo é dinheiro”. Trouxe essa discussão inicial pelo fato que a sociedade em que vivemos após 10 anos da virada do século XXI, nos apresenta uma situação da qual pode-se dizer constrangedora por propiciar certos confortos e sonhos de consumo, porém nos apresenta também o desequilíbrio psicológico como o mau feitor, o estresse cotidiano acumulado assintomático não é mais raro, esta presente em qualquer individuo, independente de sua classe social, sexo e idade. Somente
percebemos sua atuação quando os seus sintomas  já alcançaram  valores exorbitantes, como  o humor alterado, o convívio social abalado, desconfortos gastrointestinais, cardiovasculares e pulmonares, etc. Especificamente, o mundo nos leva a comprar a saúde e não criá-la intrinsicamente!
O estresse psicossocial cotidiano desencadeia também a hipertensão. Mesmo com tantos fármacos no mercado e a medicina avançada sobre o sistema cardiovascular, ainda a hipertensão gera dor de cabeça para os pesquisadores, causando conflitos quanto ao seu tratamento. Como é uma etiologia de múltiplas faces, nada como uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar para acometer seus cuidados.
A hipertensão é o inicio das doenças crônico degenerativas do aparelho circulatório. Em 2001, 27% dos óbitos  nacionais tinham relação com a hipertensão que por sua vez conduziu a um infarto agudo do miocárdio ou mesmo o acidente vascular cerebral (BRASIL, 2004).
Começaram a dar relevância ao fator de risco EMOCIONAL para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares quando Rosenman et al (1964) apresentou seus estudos em 1957 referente ao estilo de comportamento tipo A (competitividade, impulsividade e agressividade), que constituiu características para o acometimento de cardiopatia isquêmica. Gallacher et al (2003) estudou 2.394 indivíduos e concluíram que esse comportamento tipo A é um ponto gatilho para eventos isquêmicos coronarianos.
A discussão sobre o estresse emocional ser o desencadeador da reatividade cardiovascular esta em alta no mundo atual, devido as variáveis psicológicas que interferem na produção do estresse que não é absorvido pelo organismo, não sendo o fator estimulador da adaptação. Um exemplo disso foi o estudo de Spielberger e Moscoso (1996) que estudaram a associação entre o estresse-emocção-ansiedade-raiva.
A partir desses pensamentos acima, o capitulo apresentará informações de estudos relacionando o Estresse – Psicológico – Doenças Cardiovasculares, produzindo a palavra com a junção das mesmas a Psiconeurocardiologia.
ESTRESSE
Estresse pode ser definido como um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo, ou seja, um estado de tensão patogênica  do organismo. O desequilíbrio ocorre quando a pessoa necessita responder a alguma demanda que ultrapassa sua capacidade adaptativa (EVERLY, 1990). Por isso, toda ação que exija uma adaptação do organismo é considerado estresse, quando negativo mostra seus primeiros sinais na forma de hipertensão arterial, ulceras, problemas dermatológicos, problemas odontológicos, entre outros (SELYE, 1966).
Partindo do estresse que o indivíduo é submetido, o organismo vai adequando-se a cada estimulo que lhe é oferecido ate o momento em que respostas defronte as ações não são mais perceptíveis, a partir daí o estresse começa a não ser mais o estimulo motivador mas sim o estimulo agregador do qual não dissipa suas energias ao meio, potencializando a vulnerabilidade da saúde e mesmo assim, o comportamento em saúde não é alterado ate que algum acometimento negativo venha a tona.
Há varias definições de estresse por isso muitas interpretações e discussões. O exercício pode ser encarado também um estresse, modifica o organismo retirando-o da homeostase, proporcionando a adaptação e em caso de excesso, acarreta distúrbios como o overtraining ou mesmo lesões por estresse de uso de estruturas osteomioarticulares.
A fonte de tensão  do estresse pode ser externa ao próprio organismo, como uma exigência de algo ou alguém, ou interna, exemplificada como uma auto demanda ou auto cobrança (LAZARUS, 1966).
A partir daí o estresse toma duas dimensões: processo (é a tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista) e estado (é o resultado positivo como eustresse ou negativo como distresse do esforço gerado pela tensão mobilizada pela pessoa) (FRANÇA & RODRIGUES, 1999, apud RONSEIN, 2004, 44).
Voltando ao estresse, temos outra definição,  sendo ele um conjunto de reações do organismo, caracterizadas pelo desequilíbrio da homeostase, em resposta às ameaças ou fatos consumados oriundos de estímulos ambientais, de natureza psíquica ou física, inusitados ou hostis (SELYE, 1956), sendo caracterizado como uma síndrome de adaptação geral composta por três fases: reação de alarme; fase de adaptação; fase de exaustão (SELYE, 1956). Para outro autor (LAZARUS, 1984), o estresse psicológico caracteriza-se por uma relação particular entre o indivíduo como um processo de sobrecarga que ultrapassa as suas possibilidades de adaptação e que ameaça o seu bem-estar.
Como todas essas variáveis relacionadas ao estresse, de acordo com Hubard & Workman (2000), apud Ronsein, 2004, 42 asseguram que
 [...] o estresse quando bem compreendido e controlado pode ate certo ponto ser bom, pois prepara o organismo para situações difíceis da vida, mas se não for controlado e se estiver constantemente na pessoa, pode levar a alterações no metabolismo de lipídeos, da pressao arterial, dos batimentos cardíacos, ao maior consumo de oxigênio pelo miocárdio e com o tempo  reduz o ritmo cardíaco diminuindo a resistência vascular periférica.
Seguindo o pensamento, um individuo submetido a um tempo prolongado de estresse, ele tende a buscar a homeostase. Por sua vez, o indivíduo estressado  por estímulos  psicossociais, altera  sua  PA(pressão arterial) para mais;  quando exagerado em seu volume, o organismo adapta-se devido a modificações barorreceptoras sendo eles mais insensíveis devido à elevação do sistema simpático, aumento dos hormônios esteróides do córtex adrenal e aumento das catecolaminas  (LIPP & ROCHA, 1996), tendo como desfecho a hipertensão continua do indivíduo que anteriormente era normotenso, comprovada por um estudo feito por Mello Filho (2001).
Toda mudança significativa gera uma necessidade de adaptação por parte do organismo e essa, por sua vez, exerce um papel determinante na patogênese do estresse (HOMES & RAHE, apud LIPP, 2001, 02).
Para Lipp (2001, 02), as mudanças ocorridas na sociedade moderna são marcantes. Elas são excitantes, frenéticas e, muitas vezes, rápidas demais para permitirem ao homem uma absorção do seu ritmo e do seu significado. A competição excessiva, o desejo intenso de “possuir”, a pressa, o medo do outro ser humano, a pressão diária que as pessoas bem-sucedidas se impõem inegavelmente afetam sua qualidade de vida. Desse modo, a qualidade de vida é prejudicada, pois uma vida de insegurança e incerteza necessariamente fica aquém do que se almeja como uma vida de boa qualidade.
O organismo humano desenvolveu um sistema complexo, constituído por componentes do sistema nervoso central, incluindo os neurônios do núcleo paraventricular hipotalâmico, que produzem, o hormônio d liberação da corticotofrina, núcleos noradrenérgicos do tronco cerebral com seus componentes periféricos, o eixo hipotalâmico-hipofise-adrenal e o sistema nervoso autônomo, cuja principal função é manter a homeostase no repuso e em situações de estresse. Este sistema exerce imporntante influencia em muitas funções vitais, como  a respiração, o tônus cardiovascular e o metabolismo intermediário, que também são alteradas por estados de estresse. Loures et al, 2002, 525
Mesmo sabendo que tudo é gerado a partir do estado psicológico do individuo, ainda não há metodologias próprias para confrontar o comportamento habitual do individuo na sociedade para minimizar o acometimento dessa entidade que é a hipertensão. Como fatores emocionais, a raiva, a hostilidade, a impulsividade, a ansiedade, contribuem para o desenvolvimento da pressão arterial alta (ROSENMAN et al, 1964). Mesmo sabendo de tais estados emocionais que alteram a pressão, se pararmos  para pensar, tudo altera seus valores: se estamos deitado e nos levantamos, se carregamos algo, se pentearmos o cabelo, se olharmos uma vitrine, se vimos um amigo antigo… tudo altera a pressão. Com isso, não podemos simplesmente não deixar a pressão se alterar, devemos saber o por quê e como ela altera pois diretamente afeta os fatores de risco para a aquisição da doença.
O estresse mental é uma forma de estresse que esta integrado à doenças cardiovasculares e o desenvolvimento progressivo da pressão arterial (VRIJKOTTE et al, 2000). Um exemplo disso é um estudo de Lindquist et al (1997) que analisaram a influência a longo prazo, do estilo de vida, da conduta e do estresse laboral na pressão arterial em homens e mulheres, com suas conclusões apontadas para a necessidade de mudanças nas condutas individuais e do ambiente de trabalho, já que o maior dispêndio de horas do ser humano de hoje em dia esta nesse foco, e que isso pode influenciar diretamente e beneficamente no controle da PA.
O estado psicológico encarado como estressado, deixa o individuo em alerta, tenso, pronto para agir, elevando demasiadamente o nível de catecolaminas (estimulação do sistema nervoso central simpático exagerada liberando epinefrina e noraepinefrina) (LOURES et al, 2002). Dessa forma, acrescentando mais um sinal clinico para a síndrome (WITTSTEIN et al, 2005) que por sua vez, aumenta a freqüência cardíaca (cronotropismo do coração) e a pressão arterial (inotropismo do coração) (BECJER et al, 1996). Quanto à personalidade, segundo Gallacher et al (2003), indivíduos com o perfil  tipo A(excessivamente inflexível, ambicioso, competitivo, impulsivo e usualmente ansioso)(FRIEDMAN & ROSENMAN, 1971), acometem mais favoravelmente à doenças cardiovasculares.
As áreas encefálicas que representam os comportamentos emocionais ocupam locais no telencéfalo e do diencéfalo que integram o sistema límbico, a área pré-frontal e o hipotálamo (MACHADO, 1985), conseqüentemente deve-se considerar o funcionamento do sistema nervoso simpático (SNS) para com as emoções e a hipertensão por provocar sinais fisiológicos estimulantes do organismo, associada a morbidade e mortalidade cardiovascular (KAPLAN, 1997).
O sistema nervoso autônomo (SNA), também conhecido como involuntário, é dividido em mais dois sistemas sendo eles o Simpático e o  Parassimpático, estimulador e controlador de variáveis hemodinâmicas do sistema circulatório respectivamente. Em situações de emergência, o SNA simpático é acionado para rapidamente entrar em ação, dessa forma elevando a (PA pressão arterial) e a Fc (freqüência cardíaca) (BRANDAO, 1991). Muitas vezes o estresse cotidiano repetitivo  estimula o SNA simpático a trabalhar mais, elevando demasiadamente o indice de receptores adrenérgicos  que também elevam a PA e a Fc (KAPLAN, 1997).
Para que o SNA consiga obter seu objetivo com êxito é necessário alguns neurotransmissores, sendo um deles a Serotonina (5-HT), do qual esta relacionado ao humor, ansiedade, agressividade, depressão, sono, fadiga, supressão de apetite etc, e sua ação esta relacionada ao exercicio que por sua vez libera maior quantidade de triptofano livre, do qual une-se à serotonina no hipotálamo e assim causando seu efeito relaxante (BELL, 2001).
Esses transtornos mentais interferem na imagem corporal como foi dito acima, sendo ela de acordo com Faith & Allison (1996) e Williamson & O´neil (1998) a capacidade de representação mental do próprio corpo, a interação entre o componente perceptivo: avaliação cognitiva do tamanho do corpo, e o componente postural. Uma complexa resposta afetiva-cognitivo-comportamental à essa avaliação. Uma percepção individual de seu próprio corpo e a maneira como se sente a despeito. Isso interfere nas relações entre sistema serotoninérgico, depressão e exercício, esclarecendo alguns paradigmas voltados à analise da qualidade de vida. Esse efeitos psiconeuroimunológicos estão relacionados a outra palavra que constitui uma realidade das doenças crônico degenerativas, a psiconeurocardiologia. Estados psicológicos desequilibrados conduzem o indivíduo a desenvolver certas doenças do sistema cardiorrespiratório devido ao estresse rotineiro acumulado, que por sua vez aumenta a condição do estresse oxidativo das células do organismo, conseqüentemente acometendo a baixa do sistema imunológico.
As doenças cardiovasculares a partir de um estopim dos pensamentos estressores chega ao Brasil com o nome de “síndrome do coração partido” , acometendo uma disfunção ventricular esquerda transitória devido a situações de estresse físico ou emocional (DOTE et al, 1992; KURISY et al, 2002), tendo alto índice nos Estados Unidos (SHARKEY et al, 2005), mesmo sendo descoberto no Japão (GASPAR et al, 2004) como síndrome da armadilha de polvo (Takotsubo).
A síndrome de Takotsubo caracteriza-se por: dores anginosas, alterações no eletrocardiograma e uma elevação leve nos marcadores de necrose miocárdica (comparado com o infarto com supra desnivelamento do segmento ST, coronárias sem obstrução  (GASPAR et al, 2004;  TSUCHIHASHI et al, 2001), sendo mais encontrado em mulheres idosas (SHARKEY et al, 2005, IBANEZ et al, 2005) que passaram ou continuam passando por algum estresse físico ou psicológico intenso. Alguns fatores estão associados com a síndrome (IBANEZ et al, 2005): exacerbação de asma brônquica, acidente  cerebrovascular, crises convulsivas, miastenia gravis, entubação orotraqueal e dor em pós-operatório. Não há nada claro para designar a miocardiopatia de Takotsubo, porem a define como um espasmo coronariano multifocal difuso ou multivascular (DOTE et al, 1991, IBANEZ et al, 2005). Agregando a tal definição:  “uma disfunção ventricular pós-isquêmica prolongada como conseqüência de um período curto de isquemia” (MESQUITA & NOBREGA, 2005, p. 283). Sendo causada por mais de uma artéria coronariana em espasmo em 95% dos casos (SHARKEY et al, 2005), além da artéria descendente anterior {artéria que alcança o ápice do ventrículo esquerdo e irriga uma porção substancial da parede inferior (IBANEZ ET AL, 2004).
Um estudo, agora de forma longitudinal, sua amostragem foi de 756 homens estudados por 7 anos, conclui que a hiper-responsividade do SNC (sistema nervoso central) está associada ao desenvolvimento da aterosclerose carotídea, conduzindo a uma analise dos tratamentos convencionais que esquecem das estratégias com significativa intervenção comportamental. Em cima disso, a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (SBC V DIRETRIZES, 2006), inclui no seu contexto uma abordagem para com a hipertensão o treinamento do controle do estresse.
Dando importância ao estresse como desencadeador de doenças, em Lipp (2001, 03), o autor  traz informações sobre o treinamento de controle do estresse e a ação dos pensamentos estressores que o indivíduo gera incondicionalmente e sozinho:
[...] reduzir a predisposição ao desenvolvimento da reação do estresse emocional por meio de medidas psicológicas que se baseiam na reestruturação cognitiva e que tenham por objetivo a reformulação de pensamentos estressógenos. Essa afirmação se baseia em  vários estudos (Torrezan, 1999; Brasio, 2000; Vilella, 2001; e Tanganelli, 2001) que têm comprovado a eficácia do treino de controle do estresse (Lipp, 1984; Lipp e Malagris, 1995) na redução de crenças irracionais ou pensamentos disfuncionais como descritos por Ellis (1973) e Lega, Caballo & Ellis (1997) e no nível geral de estresse das várias populações estudadas.
A psiconeurocardiologia acomete a sensibilidade do indivíduo. Sem a análise crítica de suas ações, suas vivencias, ambientes e as respostas do organismo a cada situação, conseqüentemente indivíduo conduz sua evolução de fatores de risco para a aquisição de uma doença cardiovascular. O princípio parte das emoções geradas a cada participação de diferentes momentos cotidiana que força o organismo a buscar seu equilíbrio. Os pensamentos podem muito bem conduzir-nos à mundos criativos sem  limites, contudo, pode nos jogar em um abismo sem fim, mergulhando em um estado psicológico negativo, sem expectativa de revira volta.
REATIVIDADE CARDIOVASCULAR
Mudanças na pressão arterial (PA) e freqüência cardíaca (FC) que ocorrem em diversas situações são consideradas como Reatividade Cardiovascular das quais influenciam diretamente no desenvolvimento de doenças coronarianas (LOVALLO & GERIN, 2003), arterosclerose (SCHWARTZ et al, 2003) e neoplasias (LOURES et al, 2002).
De acordo com Lipp et al ( 2007), o autor aproxima a reatividade cardiovascular com o tipo de personalidade do indivíduo, seguindo a inibição ou expressão dos próprios sentimentos e fatores estressantes cotidianos (URBINI & LIPP, 2007).
Rozanski et al (1999, apud Lipp, 2007, pag 91) expõem suas idéias da seguinte forma:  “[...] cinco classes de fatores psicológicos que contribuem para a patogênese da doença arterial coronariana, como depressão, ansiedade, características de personalidade, isolamento social e estresse crônico.”
Essa ligação da reatividade cardiovascular com o desenvolvimento de doenças instigou alguns autores a discutir essa hipótese sobre a reatividade excessiva estar envolvida na patofisiologia da hipertensão arterial (LIGHT et al, 1992; TREIBER et al, 2003), embora Light et al (1992) sugerem que a alta reatividade cardiovascular somente pode induzir à alguma doença caso tenha já uma relação com o histórico familiar de hipertensão e o nível de estresse elevado rotineiramente. Por isso, o estresse tem chamado muito a atenção de pesquisadores por estar na forma de estressores psicossociais (FRITZ, NAGURNEY & HELGESON, 2003; KAMARCK & LOVALLO, 2003). No âmbito nacional, Lipp (2005) publicou um estudo com 58 pacientes hipertensos estagio 1 e outro  (LIPP, 2006) (vivenciar sentimentos diretos como situações socialmente desafiadores e estressantes) com 80 adultos, concluindo que hipertensos exibem aumentos de pressão significativos quando submetidos a sessões experimentais de estresse emocional.
Destacamos que a reatividade cardiovascular pode ter alguns fatores a serem levados em consideração: se essas alterações nas variáveis hemodinâmicas são oriundas do estresse psicológico que acometem o ser humano; ou se essas alterações ocorrem pelas emoções que advêm do ambiente em que vive; ou partem da vida ativa do indivíduo, sendo respostas normais do organismo para adaptarem-se as situações impostas a ele?
A reatividade cardiovascular que perante certas circunstâncias, pode vir a ajudar o hipertenso, proporcionando sutis alarmes sobre a doença, deixando o indivíduo mais atento a qualquer modificação ou mesmo ajudando na sensibilidade para interpretar algum sintoma já que é difícil encarar o “eu interior” como respostas fisiológicas de variáveis hemodinâmicas em eventos diversos. A partir daí, a reatividade cardiovascular possui significativamente um valor positivo para a neurogenética das doenças coronarianas (LOVALO & GERIN, 2003), ateroscleróticas (SCHWARTZ et al, 2003) e neoplásicas (LOURES et al, 2002). Pesquisadores como Kamarck e Lovallo (2003) e Fritz et al (2003), são alguns que estão dedicando-se aos mecanismos hemodinâmicos cardiovasculares modificados pelo estresse psicossocial, concretizando tal importância um estudo realizado na Inglaterra com 1.259 homens hipertensos mostraram variações em suas pressões por causa do estresse psicológico (SHEFFIELD et al, 1997).
Relacionado ao estresse emocional, ou melhor dizendo, à sentimentos que geramos. A raiva e a hostilidade podem ser também fatores desencadeadores da hipertensão. Spielberger et al (1985) definem raiva como um estado emocional que consiste de sentimentos que variam em intensidade, de leve irritação à fúria, ela é classificada de acordo com a intensidade e a freqüência que é gerada. Os mesmo autores definem a hostilidade como um grupo complexo de atitudes negativas que estão relacionadas às emoções como cinismo, ressentimento, vingança e alienação. Estudos estão integrando tal estresse emocional ao desenvolvimento da hipertensão ou mesmo sua diminuição com a inibição da raiva e hostilidade (NIAURA & GOLDSTEIN, 1992; SULS et al, 1994) que por sua vez acomete o aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial (LUNDEBERG et al, 1989; WEIDNER et al, 1989; POPE & SMITH, 1991; SUAREZ et al, 1992; SMITH, 1992; SULS & WAN, 1993).
A ansiedade também entra no quadro psicopatológico. É um conjunto de manifestações somáticas como o aumento da Fc e respiratória, sudorese, tensão muscular, náusea, vazio no estômago, tonteira, e psicológicas como apreensão, alerta, inquietude, hipervigilância, dificuldade de concentração e de conciliação do sono, etc (DRATCU & LADER, 1993; BLEGER, 1984; LATORRE & BENEIT, 1994).
Já que a discussão aqui é o estado emocional e sua relação com a pressão arterial, encontramos um estudo nessa perspectiva que mostrou a felicidade, a raiva e a ansiedade como fatores contribuintes para a hipertensão, sendo os três favoráveis ao aumento da pressão arterial, com maiores valores de acordo com a maior intensidade da ansiedade (JAMES et al, 1986). Dados drásticos foram expostos por Coryell et al (1982), mostrando que pacientes com doenças coronarianas e psiquiátricas, a ansiedade alterada pode estar associado a maior mortalidade, particularmente a morte cardíaca por infarto e maior índice de insuficiência cardíaca.
Não esquecendo da impulsividade, Fuentes (2004) coloca-a como desejo de experimentação, como capacidade reduzida de reflexão e precipitação ao ato e como intolerância a frustração e incapacidade de postergar gratificação. Com tal definição e outras mais, Yan et al (2003) apresenta que ela esta relacionada com alto risco cardiovascular e comprometimentos de saúde.
Então, a reatividade cardiovascular esta presente em todo o momento do dia, sendo ela uma resposta adaptativa aos estímulos gerados pelos agentes estressores ao organismo para manter a homeostase. Quando compreendida em excesso e com valores altos de cronotropismo e inotropismo do coração, ou mesmo muitos baixos, conjuntamente com essas modificações aparecem alguns distúrbios psicológicos como a ansiedade e depressão. Por si só, basta acreditarmos no domínio e interpretação de nossos pensamentos e sinais encarados como fora do padrão que somos acometidos diariamente para assim tirar proveito positivo da reatividade cardiovascular
HIPERTENSÃO
Com tantas áreas da saúde brigando contra o mau da hipertensão, ainda a população faz-se preguiçosa quanto ao cerco para com as ações ligadas ao seu tratamento, imaginando que somente a medicação ou até mesmo integrado com uma alimentação saudável, estarão salvos de futuros acometimentos negativos tendo como disfunção o sistema cardiovascular. Esquecendo assim de analisar o ser humano em seu perfil como um “todo”, já que a hipertensão é assintomática e multifatorial.
Há fatores que influenciam as doenças coronarianas, dividem-se em: fatores de risco modificáveis (tabagismo, obesidade, dislipidemias…); não modificáveis (idade, sexo, raça…) (SBC V DIRETRIZES, 2006). Dentro desses fatores de risco, encontramos a relação do estresse como causador da reatividade cardiovacsular (LIPP MEN, FRARE A & SANTOS FU, 2007).
Soufer (2004) (apud MESQUITA & NOBREGA, 2005, 283) comentam:“O aumento do risco ocasionado por estes fatores psicossociais é de magnitude similar ao observado com os fatores de risco convencionais como tabagismo, dislipidemia e hipertensão, demonstrando a importância da melhor compreensão desta associação.”
Essa entidade clinica advêm  multifatorialmente, tendo vários fatores relacionados para seu desenvolvimento. É classificada como hipertensão quando os valores pressóricos ultrapassam 140mmHg para valores sistólicos e 90 mmHg para valores diastólicos, sendo que pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (Who, 1978) estabelece pontos de corte para indivíduos normais em 130-139 mmhg para sistólica e 80-89 mmHg para diastólica

A hipertensão pode ser Primária ou Secundária. A Primária por sua vez não possui causa conhecida, ao contrário da Secundária que atribui alguns fatores de risco como a obesidade, fumo, ingestão de álcool, historia familiar de hipertensão, fatores psicológicos, certos traços de personalidade e estresse, sendo fatores potenciadores para seu  desenvolvimento (DIAMOND, 1982; SCHNEIDERMAN et al, 1989), genética e abundância de sódio (MURIEL et al, 2006).
Assegurando que a partida para as doenças crônico-degenerativas vêm de distúrbios psicológicos, já que a hipertensão por muitas vezes é Primária, mesmo sendo classificada como de causa desconhecida, conhecemos a causa! Basta fazer um retrospecto do estado emocional do indivíduo para concluir que a hipertensão veio por uma exposição mais acentuada de estresse emocional que conduziu à reatividade cardiovascular, havendo diminuiu a sensibilidade barorreceptora e estimulação elevada do sistema nervoso simpático, por exemplo.
ESTRESSE E EXERCÍCIO
Unindo as discussões acima com o exercício físico, encontramos Berger & MacInman (1993) abordando o exercício e a qualidade de vida como fatores de bem estar psicológico, com atuação principalmente nos níveis de ansiedade, estresse, depressão e raiva; explicitam que os exercícios promovem mais auto-conceitos positivos e auto-estima elevada; que indivíduos da terceira idade aproveitam estes benefícios e podem ter sua expectativa de vida melhorada; os momentos de auge do exercício enriquecem a qualidade e o sentido da vida e os fatores que promovem aderência são importantes e precisam ser melhor pesquisados. . Por exemplo, Stephens (1988:41) analisou dados de 56 mil indivíduos e concluiu que “o nível de atividade física está positivamente associado com boa saúde mental na população doméstica dos Estados Unidos e do Canadá, quando saúde mental é definida como humor positivo, bem-estar geral e sintomas relativamente infreqüentes de ansiedade e depressão”. Por sua vez, Weinberg & Gould (2001), abordam aspectos que são potencializados como a confiança, a estabilidade emocional, o funcionamento intelectual, a memória, a percepção, a imagem corporal positiva, o autocontrole, a satisfação sexual, o bem-estar e a eficiência no trabalho; além de diminuir os níveis de raiva, ansiedade, confusão mental, depressão, hostilidade, fobias, os comportamentos psicóticos, a tensão e os erros e a taxa de absenteísmo no trabalho.
Desta forma cria-se pensamentos voltados a ação do exercício como controle das variáveis que atuam no extresse psicológico, que por sua vez o interage com variáveis cardiovasculares e imunologia.
Salmuski (2002:311), reforça a ligação direta dos benefícios psicológicos promovidos pela atividade física, ao citar a Declaração da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte (ISSP-1991) que formula que a atividade física regular e cientificamente controlada pode ter os seguintes benefícios psicológicos: redução do estado atual de ansiedade, do nível de depressão moderada, da instabilidade emocional e da ansiedade, de vários sintomas de estresse e a produção de efeitos emocionais positivos.
Um estudo clássico foi criado em 1994 por Paffembarger, Lee & Leugn que teve duração de 27 anos em indivíduos entre 35 e 74 anos, mostrando a relação que pessoas depressivas apresentam maior associação com menores gastos energéticos. Um outro estudo, agora com 8 anos de duração, constatou a redução da freqüência semanal ou da intensidade do exercício, pode vir a aumentar a probalidade de casos depressivos, segundo Lampinem, Heikkenen & Ruoppila (2000). Em suma, Moore et al (1999) verificou que níveis baixos de atividade física estão associados com sintomas depressivos mais graves. Assim como diretamente proporcional o volume e intensidade do exercício com o nível de depressão, assume Legrand & Heuze (2007).
Podemos ligar o exercício ao controle do sistema nervoso central simpático e parassimpatico, alem dos níveis de catecolaminas, quando observamos que o exercício aeróbio proporciona uma queda da pressão arterial (hipotensão pós exercício) e da freqüência cardíaca (MONTEIRO & FILHO, 2004) após o treino. Além disso podemos trazer o exercício como forma de controle da insônia, desde que prática com uma intensidade e volume certos e em um horário correto, acalma o indivíduo e proporciona uma noite longa e tranqüila de sono (RINGDAHL et al, 2004; YOUNGSTEDT, 2005). Até mesmo, treinamentos específicos para indivíduos com síndrome do pânico (DRACTU, 2001; BROOCKS et al, 1998; STRIHLE et al, 2003), dos quais abaixam os níveis catecolaminérgicos e ativa o sistema nervoso vagal por exemplo.
CONCLUSÃO
Vamos um pouco mais além da imagem corporal. Somente analisar o estereótipo não é suficiente para encontrarmos sintomas ou sinais, algumas doenças são assintomáticas, sendo necessária uma maior percepção do próprio organismo no ambiente que está inserido. Então, a propriocepção pode ser um caminho a ser adquirido para melhor atender as exigências que o organismo esta pedindo para que sejam solucionadas. Por isso o entendimento da personalidade, da ação do indivíduo, do estado de humor cotidiano, dentre outros pontos, favorecem a analise de fatores de riscos para doenças crônico degenerativas.
A imagem psíquica do individuo é de difícil aquisição. Podemos nos deparar contra um espelho e perceber certas mudanças, enquanto que nos pensamentos, é impossível alguém ler a mente ou imaginar o que pensa. Pensamentos maléficos, pensamentos voltados à solidão, a cobrança própria, alimentar a raiva e outras formas negativas de pensar, estimulam a aderência de doenças mentais como a depressão e a síndrome do pânico.
Mais uma vez, assume-se uma posição para o autoconhecimento do indivíduo para que o mesmo identifique os sintomas do estresse e conseqüentemente combata-o antes que ele esteja dominando o organismo e prejudicando-o de forma generalizada. Alguns sintomas são: mãos suadas, contração dos músculos, respiração rápida, acidez do estomago, perda de apetite ou dor de cabeça (TSOPANAKIS & TSOPANAKIS, 1998). Mesmo com tantos sintomas, cada pessoa recebe o estímulo de uma forma, interpreta-o e reage contra de forma única, então o estresse pode ser alto para um e baixo para outro em uma mesma circunstância, deixando claro que a personalidade do indivíduo e suas experiências passadas o façam encarar o estresse como um problema ou como um desafio! Quanto a isso, Hans Seley (1974) enfatiza que cada pessoa leva consigo uma capacidade de resistir ao estresse, chamando isso de Energia de Adaptação, onde o indivíduo pode treinar seu organismo, de maneira a desenvolver tal energia, enfrentando melhor as situações de estresse, muitas vezes encontrado em indivíduos menos vulneráveis ao estresse e com maior tolerância a ele.
Através do estudo em comportamento em saúde, percebemos que é de difícil entendimento do ser humano em procurar a prevenção. O estado psicológico é totalmente influenciado pela rotina que lhe é imposta, deixando a mercê de uma analise qualitativa de sua percepção sobre seu estado de saúde, vulnerabilidade, eficácia de suas decisões, controle do meio interpessoal e intrapessoal, dentre outros. A fase de agir e começar a perceber alterações em seu comportamento muitas vezes é silenciada pela busca de seus interesses, fechando o foco principal que é “sentir-se”.
Dessa forma, seria conveniente um processo que possa nortear a construção e a efetivação do comportamento em saúde nas mais diferenciadas situações do estado psicológico do individuo, relacionando a aquisição de conhecimento sobre o quadro clinico que ele se apresenta, avaliando todo o contexto até chegar à situação atual do indivíduo.
A psiconeurocardiologia esta presente, deve ser encarada como doença e precisa de educação e tratamento de seus pacientes na forma preventiva e reabilitativa
O exercício surge como alternativa de salientar a auto procura, proporcionar ao individuo um convívio intra e interpessoal, dando importância às coisas mínimas na vida que se perdem pela busca da satisfação imposta pela sociedade. É uma forma de fugir de pensamentos externos, conseguir expressar suas vontades, criar um objetivo, vivenciar situações diferentes, saber de suas capacidades, aprimorar habilidades, direcionar um trabalho em grupo, dentre outros. .
Por isso, de um lado temos o estresse emocional como ponto de partida de grande parte das doenças que danificam nosso organismo pelo fator deletério de sistemas como o imunológico e cardiovascular; e de outro temos o exercício que quando ponderado, gradativo e freqüente, fortalece o individuo como um todo desde a base interna ate sua expressão externa.
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Fonte: areadetreino.com.br