Por Michael Boyle
(Tradução e adaptação por Gabriel Luz.)
Infelizmente me tornei famoso (ou infame) na internet, devido
ao meu ponto de vista sobre o treinamento de membros inferiores. Um amigo me
perguntou se eu poderia explicar brevemente meus pensamentos, então escrevi
isto. A questão do porquê nós não agachamos tem ambas respostas simples e
complexas. A primeira razão é que encontramos no agachamento por trás e no
agachamento frontal as principais causas de dor lombar em nossa população atlética.
Em qualquer etapa, em qualquer época do ano, cerca de 20% dos nossos atletas
estaria lidando com algum tipo de dor nas costas que, ou foi causado pelo agachamento
ou acentuado por ele.
O problema era encontrar uma alternativa que permitiria
cargas semelhantes. A resposta
veio em três passos.
O primeiro passo foi na verdade uma imagem de um dos atletas
de Joe DeFranco indo muito pesado no afundo búlgaro com dois (eu acho que foi
com 55 kg) halteres. Esse quadro abriu a minha mente para a idéia de que nós
poderíamos usar cargas realmente pesadas em exercícios unilaterais. Meu
primeiro pensamento foi "uau, que seriam 480 para repetições com duas
pernas". Como resultado, eu reavaliei e adicionei afundos búlgaros pesados
aos nossos programas.
O segundo passo foi um artigo do treinador de velocistas Barry
Ross. No artigo Ross falou como o levantamento terra exigia o uso de mais massa
muscular do que o agachamento e é, na verdade, o melhor exercício para o corpo
todo. Quando sentei e ponderei a respeito, tive que concordar. O trabalho de
pegada e o trabalho das costas são características do levantamento terra,
ausentes no agachamento. Eu não gostava de levantamento terra, porque as minhas
memórias do levantamento terra eram feias que eu fiz em 1980 num encontro de powerlifting. Mais uma vez, como resultado,
acrescentei barras hexagonais de levantamento terra ao nosso programa.
O último passo foi começar a olhar para o conceito de
déficit bilateral. A pesquisa sobre déficit bilateral (na verdade, não é nova)
apoiou o que vimos. O que vimos no afudo foi que os nossos atletas estavam
usando cargas proporcionalmente mais pesadas do que eles tinham usado no
agachamento. Na verdade, após um ano, vimos que os nossos atletas de afundo e
agachamento frontal eram iguais.
À medida que progredimos na nossa sempre experimental programação
vimos a mudança que desejamos. Tivemos atletas mais saudáveis. Como eu sempre
disse, os atletas saudáveis são a meta número 1, melhores atletas vêm em
segundo lugar. O que descobrimos é que o levantamento terra deu-nos uma escolha
bilateral, mais quadril dominante que parecia diminuir a dor nas costas
enquanto o afundo búlgaro realmente nos deu ambas as cargas mais elevadas e
unilateral, cargas especificas do esporte. A única coisa errada foi que estavam
rejeitando o tabu do agachamento.
Meus pensamentos sempre foram controversos, mas, sempre
enraizada no que era melhor para o atleta. Infelizmente os detratores
(odiadores é o termo popular agora) não querem pensar. Eles simplesmente querem fazer o que sempre
fizeram.
Isto leva-me a uma das minhas citações favoritas de Lee
Cockrell em seu livro Criando Mágia:
"E se a forma como sempre fazia era errado?"
Alimento para o pensamento e forragem para o debate.
Obs: Nós adicionamos o agachamento frontal de volta com os
nossos jovens atletas para ensinar a captura do Clean e nós fazemos alguns agachamentos
taça com iniciantes, mas, você não vai ver nenhum atleta com grandes cargas em
seus ombros em nossas instalações, a menos que eles sejam obrigados a fazer
isso para um teste da faculdade.
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